terça-feira, 28 de dezembro de 2010

É engraçado como a gente roda o mundo atrás de alguma coisa que aquiete nossa alma, a gente é jogado aqui e pronto: " faz o que você quiser e se vira" é tipo um tapa na cara, eu to acordando tão devagar pra tudo isso que nem sei pra onde vou. Eu fico aqui colecionando esses redemuinhos, essas tempestades, esses ruidos e essas pedrinhas, juntando todo raio de sol que bate nas montanhas, o céu roxinho de fim de tarde, minha coleção preferida fica na estante de cima do lado esquerdo, ela se chama "ventos" e me traz tanta alegria quando eu era pequena ninguem entendia, não vou dizer que agora as pessoas entendam mas elas tambem não me amolam mais quando eu coloco a cabeça pra fora e dou risada. Eu guardei tanta coisa dessa vida, tanta dor, tanto riso, tanta saudade .. o estoque é enorme, eu vendi o orgulho só pra ficar um pouquinho mais perto da felicidade .. ela fica ali tentando se fazer de inalcançavel deixando assim o meu ego com medo de se arriscar um pouquinho mais, como se eu tivesse na beiradinha de um penhasco tentando pegar uma borboleta que voa de encontro ao nada e eu paro e penso " eu vou cair se der mais um passo " então eu fico ali, parada, olhando aquele bichinho colorido que brinca alegremente a minha frente, como se risse de mim por eu nao poder dar um passo a mais ..algumas pessoas caem e são felizes a vida toda, outras como eu ficam ali na beirada do penhasco pensando que um dia ou se cai ou ela voa até sua mão e você escolhe entre o segurar forte ou deixa-la voar pro outro lado do céu porque ela é mais bonita e mais reconhecida quando se esta inalcançavel ou um pouco acima da sua vista. É linda a maneira como ela desfila na frente do sol, as asas rosadas com pontinhos pretos nos causa uma imagem perfeitamente agradavel, é um agradavel de chá da tarde num dia frio e não de um filme bonito de drama. E apesar de ela continuar com a sua extrema beleza em nossa mão nós queremos sempre mais e mais, por isso deixamos que ela volte ao seu percurso antigo do qual não se pode atingir, e ela voa e voa e vai e volta e pousa e roda. Automaticamente nossos reflexos se acalmam perante a tudo aquilo e nós passamos um bom tempo anestesiados admirando todo aquele show que esta todo dia ao nosso dispor e nós não paramos tempo o suficiente cultivando aquilo, é complicado tentar entender o quanto perdemos o nosso tempo com inutilidades mais faz parte, as inutilidades vão acabar nos acrescentando coisas .. que coisas ? isso eu ja não sei, mais vão.